Traipu é um município brasileiro do
Estado de Alagoas.
Região de
concentração indígena. A palavra de origem tupi, como mostra o especialista
Teodoro Sampaio em seu abalizado dicionário. É uma corruptela de “ytira ypu”,
que quer dizer “fonte de morro” ou “olho d'água do monte”. Em seus primórdios,
durante o século XVII, era um morgado estabelecido na região pelo mestre de campo
e grande proprietário de terras Pedro Gomes. Este deixou para seus descendentes
seus bens vinculados, inclusive o nascente povoado que recebera o nome de Porto
da Folha. Em 1870, mudou a denominação para Traipu, empregada pelos índios da
região.
História
Está assentada sobre uma pequena colina às
margens do São Francisco, distante 14 léguas de cidade de Penedo, centro
dinâmico de toda a região. Tomás Espíndola registra em 1871, em sua obra
Geografia Alagoana, que a localidade se situava entre a Lagoa do Carlo e a
Lagoa da Igreja, defronte à grande Serra da Tabanga, que é lavada em sua base
pelo rio e que, para os nativos, marca o início do sertão. Foi elevada à
categoria de vila com o nome de Porto da Folha por intermédio da Lei n°19 de
abril de 1835, recebendo o nome atual, tanto a freguesia quanto o município, em
30 de abril de 1870.
O estudioso
Tomás do Bomfim Espíndola diz: “Naquela ocasião, a vila teria uns 300 fogos,
1.500 almas, algumas casas comerciais e duas escolas primárias para ambos os
sexos. O seu termo é o mais apropriado para a criação e é o que tem maior
número de fazendas de gado. Todavia, há lavouras de legumes de toda espécie,
mandioca e algodão em grande escala.” O Imperador Pedro II, em seu périplo por
Alagoas, parou na vila, visitou sua matriz, como era praxe, e percorreu as ruas
e as duas escolas, conversou com algumas lideranças locais e ao sair deixou
350$ para os necessitados.
Há uma
controvérsia dos historiadores sobre sua fundação. João Alberto Ribeiro adota a
versão de que Pedro Gomes teria ali estabelecido o seu morgado para seus
herdeiros, dando início ao povoado chamado Porto da Folha. Versão rechaçada por
Wenceslau de Almeida, que afirma ter sido o morgado realmente instituído, porém
não na margem alagoana, mas na sergipana, não sendo admissível que os limites
do mesmo se estendessem para o território de Alagoas.
Arnaldo Jambo,
em sua Enciclopédia dos Municípios Alagoanos, analisando as duas teses, deduz
que, diante da influência do poderoso fidalgo e proprietário de terras que era
mestre-de-campo na Bahia em 1680 e Governador do Rio de Janeiro em 1681, “é
possível que esse prestígio contribuísse para que a extensão deste seu
latifúndio se alargasse, sem problemas ao local onde se assenta atualmente a
cidade de Traipu”.
Certo é que em 17
de março de 1713, no Porto da Folha, na parte norte, ou seja, área que fica em
Alagoas, o lugar foi conferido em sesmaria a João Dantas, Manuel Braz Pedrosa e
a Caetano Dantas Passos. Parece ser a concessão desta sesmaria o documento mais
antigo disponível do lugar que passou a ser chamado Traipu por estar próximo à
barra do rio do mesmo nome. E com essa denominação foi elevada à cidade em 16
de maio de 1892.
Território
indígena, sua ocupação obedeceu aos mesmos métodos empregados na região: guerra
sem quartel riscando do mapa os chamados gentios, escravismo mal sucedido com
os índios remanescentes e agrupamento dos mesmos em aldeias e colégios para
catequese e criação extensiva de gado solto. Em 1844, o presidente da Província
dizia num opúsculo (um dos primeiros documentos historiográficos produzidos em
Alagoas) que “esta vila tem em semicírculo de si muitas fazendas de criar gado
vacum, cavalar e das espécies menores; que belos requeijões, lingüiças e carne
de sol não fornecem estes lugares às diferentes feiras que se fazem nas margens
deste Rio São Francisco não só do lado desta província, como do lado de
Sergipe!”. Os próprios frades, que exerceram muita influência na formação da
cidade, exploravam a pecuária em suas fazendas, pois “a região dos currais” era
abastecedora da zona do açúcar, produto preferido pelo patriciado dos engenhos,
no litoral. O Seminário de Olinda e Conventos eram mantidos com impostos e
taxas provenientes da comercialização da carne, Sua cozinha era baseada nos
peixes dos dois rios e também em muita carne, farinha e arroz, não faltando
leite e queijo. Verduras, praticamente não produzidas, eram pouco consumidas.
Frutas, só as nativas, como o caju.
Mapa:
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Fonte: Wikipédia
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